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27 de setembro de 2024
Como orientar o cliente para a perícia médica? Passo a passo completo!
Como orientar o cliente para a perícia médica? Passo a passo completo!
Saber orientar o cliente para a perícia médica é fundamental para a adequada realização do procedimento.
Em processos onde se discute a existência de incapacidade ao trabalho, entendo que é no momento da perícia que o advogado ganha ou perde a ação. É claro que há exceções, mas a imensa maioria desses processos se resolve no ato pericial.
Pensando nisso, preparei algumas dicas que entendo muito interessantes na hora de orientar o cliente:
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Relacionar incapacidade-profissão
Primeiro, o mais importante: o cliente deve fazer a conexão da incapacidade à sua profissão, explicando ao Perito quais sintomas possui, e por que essa sintomatologia o impede de praticar a sua atividade habitual.
Para identificar eventual incapacidade ou redução da capacidade, o Perito levará em consideração a profissão do nosso cliente, ou a atividade habitualmente exercida por ele.
Então é muito importante que o cliente relacione os sintomas incapacitantes com a profissão desempenhada, mostrando ao Perito os motivos pelos quais não consegue executar as tarefas laborais em razão das enfermidades.
OBSERVAÇÃO: além de fazer a relação incapacidade x profissão, o cliente deve informar CORRETAMENTE sua ocupação!! Já me deparei com clientes que no momento da perícia se declararam como “DO LAR”, pelo simples fato de estarem desempregados. Isso pode dificultar a constatação da incapacidade em alguns casos, principalmente de segurados que exercem atividades de exercício físico intenso, como pedreiros, serventes, etc.
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Organizar documentos: do mais recente ao mais antigo
Uma boa apresentação documental é importante!
Além de demonstrar capricho e causar uma boa impressão, a documentação organizada e padronizada (do mais recente ao mais antigo) pode “facilitar a vida” do Perito.
Em muitas comarcas e subseções, as perícias médicas são realizadas em poucos minutos, tendo em conta a extensão da pauta, com grande números de perícias por dia.
Assim, considerando que o cliente tem pouco tempo para “contar a sua história” e demonstrar a incapacidade, ter organização pode facilitar a realização da perícia e direcionar o foco ao que realmente importa: a comprovação da incapacidade laborativa.
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Ser colaborativo e educado
Óbvio!
Durante o procedimento, é o Perito quem irá conduzir o exame, fazendo as perguntas e os testes físicos que entender pertinentes e necessários.
O cliente deve se submeter à avaliação de forma natural, colaborando para que a perícia seja executada da melhor forma possível. Afinal, seu cliente é o mais interessado para que a perícia seja boa.
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O Perito não é amigo (nem inimigo)
Esse é um ponto interessante. O Perito participa do processo de forma imparcial: ele não tem interesse no resultado do processo.
Então, o cliente não deve tratar o Perito como um amigo que está o ajudando a ganhar o processo! Não é essa a sua função!
Lembro de um caso de um cliente que me fez passar muita vergonha. No momento da perícia, ele disse ao Perito que “estava trabalhando escondido do INSS”. Imaginem o tumulto processual…
Por outro lado, o Perito não é um inimigo! Ele não está ali criando dificuldade para a concessão do benefício, então o cliente também não deve criar problemas, pelo contrário: deve se submeter ao exame naturalmente, conforme referi no tópico anterior.
DICA EXTRA: costumo orientar o cliente a não se “empolgar” na perícia; não “falar demais”. O cliente deve adotar um comportamento bem natural e cordial. A condução da perícia cabe ao Perito, e ao Periciando cabe reagir/responder conforme lhe for solicitado.
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Não simular qualquer condição
Algumas perícias terminam quando o cliente está se dirigindo à sala de perícias. Peritos exercem uma função importantíssima, e para isso são gabaritados (em tese). O Perito vai saber se o cliente está “fingindo”.
São exemplos de comportamentos que costumam patrocinar um desfecho negativo:
- Simular deambulação claudicante;
- Usar muletas sem necessidade real;
- Dores exacerbadas/inexistentes.
Lembro de um processo em que o Perito fez constar no laudo que o cliente simulava a necessidade de uso de muletas, e sua justificativa foi irrefutável: estava sendo utilizada ao lado errado do corpo…
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Avisar cliente por escrito do agendamento
O cliente deve ser avisado da perícia por escrito, evitando comunicação imprecisa quanto ao agendamento.
As informações da perícia devem conter, pelo menos:
- Data;
- Horário;
- Nome do Perito;
- Endereço onde será realizada a perícia.
DICA EXTRA: no meu escritório, temos há muitos anos a prática de entregar um envelope para o cliente: na parte externa do envelope (frente ou verso, tanto faz) vão impressas as informações da perícia; e dentro, os documentos médicos organizados e padronizados, além da carteira de trabalho, se for o caso. Assim, na perícia o cliente levará o envelope (informações + documentos médicos + CTPS) e seu documento de identidade. O que acha de adotar essa prática no seu escritório?
Pessoal, essas são dicas que eu utilizo na minha atuação. Espero que esse conteúdo seja útil para vocês. Abraços!!
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